3€ - M12
No achamento do chão também foram descobertas as origens do voo.
O trabalho pretende levar a cena o universo poético de Manoel de Barros, escritor de língua portuguesa quase desconhecido do grande público em Portugal.
Manoel Wenceslau Leite de Barros (Cuiabá, 19 de Dezembro de 1916 — Campo Grande, 13 de Novembro de 2014) é uma das grandes vozes da poesia que nos chega do Brasil, contemporâneo de Carlos Drummond de Andrade. Numa das suas obra-chave, o «Livro sobre Nada», 1996, afirma: «O que eu queria fazer é um livro sobre nada (…) O que eu queria fazer era brinquedos com as palavras. Fazer coisas desúteis. O nada mesmo. Tudo o que use o abandono por dentro e por fora.» - É este o nosso repto.
Assim, aquele que elege a Palavra despida de artifícios, em permanente conluio com a natureza («Ave pedras!») a inocência das crianças («Crianças/ em pleno uso da poesia/ funcionavam sem apertar o botão») e os lugares («De forma que recolhia coisas de nada, nadeiras, falas de tonto, libélulas – coisas/ que o ensinavam a ser interior, como silêncio nos retratos») encara o abandono da posse e a «desimportância de si» («Meu ser se abre como um lábio para moscas») como o único meio de comungar com os mundos por onde passa.
É este modo, esta visão, e este universo poético, que nos propomos «dar a ver» e a escutar publicamente, numa performance onde seja visível a palavra do poeta, a Palavra feita Corpo Escutado.
Ficha Técnica
Criação apoiada pela DGArtes:
Gisela Cañamero, em co-produção com ARTE PÚBLICA
Projeto de artista e estrutura artística local:
Gisela Cañamero e arte pública – artes performativas de Beja
Dramaturgia/ Encenação/ Performer Gisela Cañamero
Telão Ana Rodrigues | Assistência Rita Brito
Figurino Loja Kilim, Beja
Luminotecnia José Manhita
Gravação Vídeo Rafael Del Rio
Apoio DGARTES | Pax Julia - Teatro Municipal