MAIORCA




22 Maio - 22h00
5€ / 3,5€ - M12

Pela Companhia Paulo Ribeiro e Pedro Burmester

O desafio partiu de Jorge Salavisa quando idealizou que o movimento vigoroso do coreógrafo Paulo Ribeiro e o romantismo associado à música de Chopin poderiam resultar numa criação de forte temperamento. Incitou PauloRibeiro a coreografar os Prelúdios, do compositor, interpretados por Pedro Burmester mas, na altura, outras vontades coreográficas acabaram por adiar este desafio. Após as criações à volta do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa e a sua inerente teatralidade, o regresso à coreografia pura e à capacidade do gesto de criar dramaturgias diversas impôs-se como uma necessidade premente. Paulo Ribeiro volta à essência. Para o coreógrafo não é o movimento que conta, é a sua génese, não é o coração, é a alma. Já Chopin fazia a apologia da primazia da forma, em detrimento da alma. É neste contra-ciclo, que coreógrafo e compositor se encontram. Em “Maiorca”, o coreógrafo cria dança à dimensão da música, provocando o público a deixar-se transportar sem reivindicar a racionalidade, tantas vezes redutora, da razão. Porque, ao fim de 25 anos de criações, o desafio maior para Paulo Ribeiro continua a ser o de tornar a dança uma arte que convoca todos, independentemente das particularidades de cada um.

Ficha Técnica e Artística
Direcção e coreografia Paulo Ribeiro
Intérpretes Eliana Campos, Leonor Keil, Rita Omar, Gonçalo Lobato, Peter Michael Dietz e Romulus Neagu
Música F. Chopin (24 Prelúdios)
Interpretada por Pedro Burmester
Desenho de Luz Nuno Meira
Montagem e Operação Cristóvão Cunha
Cenografia (Conceito) Paulo Ribeiro
Execução Paulo Matos E Nelson Almeida
Produção Companhia Paulo Ribeiro

“(…) Paulo Ribeiro franqueou certeira e decididamente esse interstício; soube ampliá-lo através de uma leitura dramatúrgica pessoal sem nunca perder de vista o essencial das ideias ou emoções que identificam os Prelúdios. Coreografia e música oferecem-se, generosa e mutuamente, espaço de respiração. (…) Entre soluções abstractas ou mais dramatizadas, o lirismo pode transformar-se em humor e a exuberância em subtileza. (…) Paulo Ribeiro introduz constantemente novos temas e ideias dramatúrgicas… e detalhes… onde os traços autorais revelam uma permeabilidade, sensível e arguta, ao universo de Chopin. Construiu uma poética própria no vértice da intemporaliadde do compositor, deixando bem à vista o elo que o liga à contemporaneidade.”
Luísa Roubaud, PÚBLICO, 24 de Junho de 2009


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